terça-feira, 18 de outubro de 2011

Jesus: o Cristo cristão, ou o Messias judeu?






Hoje em dia todo mundo diz conhecer Jesus, o chamado Cristo dos cristãos. Mas será que realmente conhecem Jesus, o Messias da Bíblia? Será que este Jesus é o mesmo Jesus apresentado hoje em dia por diversas religiões, muitas vezes com ensinamentos e doutrinas até mesmo contraditórias à Bíblia?

E seu nome será Salvação

Pra começar, qual é o verdadeiro nome do Messias da Bíblia? Seu nome original em hebraico é Yeshua, que é a forma masculina de yeshuá, que significa “salvação”. Tendo em mente seu nome original e seu significado, fica claro o jogo de palavras em Mateus 1:21: “Ela dará a luz um filho, e ela o chamará Yeshua (Salvação); porque ele salvará o seu povo de todos os pecados”. Jesus é a tradução para o português de seu nome original, e sabemos que não é legal traduzir os nomes das pessoas, ainda mais quando há atrelado ao nome um significado tão maravilhoso. Não seria estranho chamar Michael Jackson de Miguel filho do Diego? Porque então traduzir o nome do Salvador?

Quem realmente é Yeshua?

Quando falamos sobre Yeshua, muitas pessoas ainda se surpreendem quando citamos alguns fatos de sua vida, fatos que detalharei mais a frente. Todos estão acostumados a pensar num Jesus cristão (no sentido moderno da palavra), pele clara, muitas vezes olhos claros, totalmente distanciado de qualquer cultura oriental e semita. Pois bem, para a surpresa de alguns, Yeshua, o Messias da Bíblia, é judeu, nasceu judeu e nunca deixou de ser judeu. Foi circuncidado ao oitavo dia, usava talit (o manto de oração) e tsitsit (franjas nas roupas), tinha uma alimentação totalmente kasher (baseada nas regras alimentícias de Levíticos 11), guardava os shabatot (sábados) e, uma coisa que passa totalmente despercebido de muitos quando lêem a Bíblia, não freqüentava “congregações cristãs”, mas frequentava e ensinava nas sinagogas judaicas. Ou seja, Yeshua não só era judeu, como era um rabino judeu. Não perdeu sua essência judaica até virar o ídolo de uma nova religião, o que aconteceu só por volta do ano 300, muitos anos após sua vida, morte e ressurreição.

Paradigmas

Infelizmente, poucas pessoas se propõem a pensar e investigar os ensinamentos e raízes de suas religiões nos dias de hoje. Entram em suas casas de ensino querendo ouvir apenas o que lhes é conveniente, aceitando toda e qualquer doutrina humana e seus paradigmas. E quando um paradigma é instalado em sua mente, fica difícil mudá-lo. Por isso, ao ler este texto, muita gente se sente incomoda, principalmente quando começamos a provar as verdades não só através da história, mas principalmente, através da própria Bíblia. Isso porque sofismas apregoados por séculos são postos à prova e, para surpresa de muitos, não resistem e caem. O desespero faz com que diversas religiões evitem a todo custo contextualizar Yeshua dentro do judaísmo. Não falo apenas de religiões cristãs, mas também judaicas, afinal de contas, os judeus não foram apenas vitimas, mas também colaboram para afastar o Messias da sua verdadeira origem. Para os cristãos, tirar Yeshua de sua roupagem judaica o torna o Messias, ou Cristo, universal. Curiosamente, católico significa universal, sendo a principal religião a propagar um “Cristo” destituído de sua origem semita, mas praticamente romano. Judeus e cristãos se unem de tal forma contra a verdadeira origem do Mashiach (Messias), com o objetivo de confundir a seus seguidores, de forma que pensem que o maior rabino da história é propriedade do Vaticano e/ou de suas religiões dissidentes.

A educação de Yeshua

Não é preciso uma análise muito detalhada da história e da Bíblia para perceber que muitos dos que dizem conhecer Jesus na verdade não conhecem Yeshua. Yeshua nasceu judeu, foi realizada sua Brit Milah no oitavo dia (“Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi−lhe dado o nome de Yeshua, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido” – Lucas 2:21), após a tevilah de sua mãe, Miriam, pós-parto, como primogênito foi feito Pydion HaBen (resgate do primogênito), inclusive com os sacrifícios necessários no Beit Hamikdash (“Terminados os dias da purificação, segundo a Torah de Moshe, levaram−no a Yerushalayim, para apresentá−lo a ADONAI  (conforme está escrito na Torah de ADONAI: Todo primogênito será consagrado a ADONAI), e para oferecerem um sacrifício segundo o disposto na Torah de ADONAI: um par de rolas, ou dois pombinhos”. – Lucas 2:22-24). Como judeu, foi ensinado desde pequeno nas escrituras do Eterno, ou seja, Sua Torah. Quando lemos Lucas 2:42-52, muitos se surpreendem pela sabedoria de Yeshua que, aos 12 anos, debatia com rabinos no Templo. Porém, ainda hoje, as meninas e os meninos judeus são ensinados desde muito cedo nas Palavras do Eterno, de forma que é esperado que aos 12/13 tenham aprendido a Torah e os mandamentos. Claro que Yeshua excedia em sabedoria, provavelmente tinha dedicação acima das demais crianças.
Neste trecho sobre a infância de Yeshua podemos ver algumas provas de sua criação e vida judaica. Primeiramente, ele subiu com sua família para Jerusalém, para celebrar a festa bíblica de Pessach (conhecida como Páscoa). Ele foi encontrado no Templo, entre rabinos, ouvindo e perguntando, ou seja, aprendendo, estudando, debatendo. E o que um grupo de rabinos estaria estudando? A Torah de Elohim. Muitos tem o costume de achar que Yeshua não estudou, que talvez fosse pobre, sem instrução e que sua sabedoria e inteligência vinha apenas de seu esforço próprio ou do Eterno. Porém, conforme o costume judaico da época, Yeshua provavelmente estudou com seu pai, com quem aprendeu sobre a Torah e os ensinamentos das escolas rabínicas. Podemos ver que Yeshua era instruído em tais escolas, pois muitos de seus ensinamentos continham ensinamentos chaves de famosos rabinos que viveram antes dele, como exemplifico abaixo:


No Testamento de Yosef XVIII,2 lemos: “Se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele”. Yeshua disse, em Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”.


Em Shir HaShirim Rabbah 5:11 e Vayicrá Rabbah 19 temos: “Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é a menor letra da Torah, eles não seriam bem sucedidos”.


E em Shemot Rabbah 6:1: “Nenhuma letra da Torah jamais será abolida”. Yeshua disse, confirmando claramente a validade da Torah, em Mateus 5:17-18: “Não penseis que vim destruir a Torah ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido”.


Talmud Shabbat 151b diz: “Aquele que é misericordioso com os outros receberá misericórdia do Céu”. Yeshua diz, em Mateus 5:7: Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”.


Talmud – Baba Bathra 15b diz: “Eles falam ‘Remova o cisco do seu olho?’ Ele retrucará, ‘Remova a trave do seu próprio olho”. Yeshua disse em Mateus 7:3-5: “E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa−me tirar o cisco do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.


Mekilta 103b e Yoma 85b dizem: “O Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat”. Além disto, os Rabinos da escola de Hillel frequentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Sukkah 49b, Devarim Rabba em 16:18, etc.). Yeshua disse, em Marcus 2:27: “E prosseguiu: O Shabbat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabbat”.


Os rabinos da escola de Hillel, assim como Yeshua, também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: “Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça”. (Tehillim Rabbah, 119:123).


A “Regra de Ouro” de Hillel, o seu ensinamento mais famoso, é: “…e [Hillel] disse a ele “Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torah, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto”. (b.Shab. 31a). Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da Beit Hillel, e é citada explicitamente por Yeshua em Mateus 7:12: 12 “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei vós também a eles; porque esta é a Torah e os profetas”.


Além disso, Yeshua era frequentemente chamado de Rabino, o que significava que ele era reconhecido pela comunidade da época como um professor. Para isso seria necessário que ele tivesse sido instruído, para que pudesse então instruir a seus discípulos. Mateus 17: 24: “Tendo eles chegado a K’far Nachum, aproximaram−se de Kefah os que cobravam duas dracmas, e lhe perguntaram: O vosso rabino não paga as didracmas?”. Mateus 9:11: “E os P’rushim, vendo isso, perguntavam aos talmidim: Por que come o vosso Rabi com coletores de impostos e pecadores?”. Marcos 9:17 “Respondeu−lhe um dentre a multidão: Rabi, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo”. Lucas 3:12 “Chegaram também uns coletores de impostos para serem imergidos, e perguntaram−lhe: Rabi, que havemos nós de fazer?”. João 3:2: “Este foi ter com Yeshua, de noite, e disse−lhe: Rabi, sabemos que és Rabi, vindo de Elohim; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Elohim não estiver com ele”.


E o que Yeshua, como rabino, ensinava: A Torah. Se não fosse assim, ele jamais poderia ensinar nas sinagogas, como fazia. Mateus 4:23 “E percorria Yeshua toda Galil, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo”. Marcos 3:1: “Outra vez entrou numa sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiada”. Mateus 13:54: “E, chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que este se maravilhava e dizia: Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos?”. Lucas 4: 44 “E pregava nas sinagogas de Yehudah”. João 6:59: “Estas coisas falou Yeshua quando ensinava na sinagoga em K’far Nachum”. João 18:20: “Respondeu−lhe Yeshua: Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e no Beit HaMikdash, onde todos os yehudim se congregam, e nada falei em oculto”. Yeshua não só freqüentava e ensinava nas sinagogas, como também fazia isso nos shabatot. Marcus 1:21: “Entraram em K’far Nachum; e, logo no Shabbat, indo ele à sinagoga, pôs−se a ensinar”. Marcos 6:2: “Ora, chegando o Shabbat, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ao ouvi−lo, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe é dada? e como se fazem tais milagres por suas mãos?”. Lucas 4:16: “Chegando a Natzeret, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de Shabbat, segundo o seu costume, e levantou−se para ler”. Lucas 6: 6 “Ainda em outro Shabbat entrou na sinagoga, e pôs−se a ensinar. Estava ali um homem que tinha a mão direita atrofiada”. Lucas 13:10 “Yeshua estava ensinando numa das sinagogas no Shabbat”.

A vida judaica de Yeshua

Podemos ver, apesar de embates teológicos normais à época, aliás, muitos ainda normais hoje em dia nas comunidades judaicas, tais como ressurreição, o que é licito fazer no Shabat, dúvidas sobre como cumprir certos mandamentos, vemos que Yeshua participava ativamente da comunidade judaica, sendo assim podemos concluir facilmente que ele: se vestia como um judeu, usando o talit e o tsitsit (Mateus 9:20-21 comprova isso). Podemos ver também Yeshua celebrando os festivais bíblicos e judaicos, como por exemplo: Sukot (Festa das Cabanas/Tabernáculos) – Yochanan/João 7; Pessach (Páscoa) – Matitiyahu/Mateus 26:18; Chanuká (Festa da Dedicação) – Yochanan/João 10:22-23.

A Mensagem de Yeshua

A mensagem de Yeshua, ao contrário do que se pensa, não era uma nova mensagem inventada por ele. O que ele pregava era um retorno à obediência dos mandamentos e da Torah como forma de se achegar ao Eterno. “Aproximou−se dele um dos professores da Torah que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou−lhe: Qual é a primeira de todas as mitzvot? Respondeu Yeshua: A primeira é: Ouve, Israel, ADONAI nosso Elohim é o único ADONAI. [No hebraico: Sh’ma Israel ADONAI Eloheinu, ADONAI Echad] Amarás, pois, a ADONAI teu Elohim de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E a segunda é esta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outra mitzvah maior do que essas”. (Marcos 12:28-31). “E eis que se aproximou dele um jovem, e lhe disse: Rabi, que bem farei para conseguir a vida eterna? Respondeu−lhe ele: Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom; mas se é que queres entrar na vida, guarda as mitzvot”. (Matitiyahu/Mateus 19:16-17). “Então falou Yeshua às multidões e aos seus talmidim, dizendo: Na cadeira de Moshe se assentam os professores da Torah e P’rushim. Portanto, tudo que ele vos disser, isso fazei e observai; mas não façais conforme os takanot e ma’assim dele; porque dizem e não praticam”. (Matitiyahu/Mateus 23:1-3)


Aqui vemos uma das orientações mais claras de Yeshua quanto a guarda da Torah, recebida por Moshe. Deveríamos fazer tudo o que Moshe nos disse, mas não segundo as obras, legalismo e tradições dos professores da Torah e P’rushim, pois aquilo que eles ensinavam eles mesmos não cumpriam. O problema é que eles não estavam ensinando apenas a Torah do Eterno, mas tradições humanas como se fossem mandamentos de Elohim, o que além de ser proibido pela Torah invalidam a própria Palavra do Eterno. “Então chegaram a Yeshua uns P’rushim e professores da Torah vindos de Yerushalayim, e lhe perguntaram: Por que transgridem os teus talmidim a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos, quando comem. Ele, porém, respondendo, disse−lhes: E vós, por que transgredis a mitzvah de Elohim por causa da vossa tradição? Pois Elohim ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá. Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua mãe: O que poderias aproveitar de mim é oferta ao Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai. E assim por causa da vossa tradição invalidastes a mitzvah de Elohim. Hipócritas! bem profetizou Yeshayahu a vosso respeito, dizendo: Este povo honra−me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem”. (Matitiyahu/Mateus 15:1-9)


Veja que ele era visto no Templo e nas sinagogas fazendo suas “drashot” e juntando multidões sem cobrar fortunas para pregar mezuzot nos umbrais das portas, sem pedir terreno para o prefeito no bairro nobre de Jerusalém para construir sinagoga, sem procurar banqueiros para financiá-los, e sem espaço na mídia ele causou um rebuliço que até hoje divide o calendário em antes dele e depois dele. A grande questão, é que ele viveu uma vida 100% judaica, e que quando ele pregava, evidentemente ele citava o Tanach. Mas ele não mudou o sentido da Torah, o que ele fazia era dar uma dimensão maior, aprofundando o significado da revelação de Elohim. Ele não renunciou ao judaísmo de maneira nenhuma, ele não criou uma nova religião. Todos os seus biógrafos eram judeus (exceto Lucas), e os livros que falam dele são excelente literatura judaica escrita por judeus para judeus. E esses mesmos livros informam que antes da sua ressurreição (um conceito judaico, que é lido todo dia no sidur na Amidá) após o Pessach, foi colocado debaixo do madeiro uma placa em 3 idiomas diferentes que diziam: Yeshua hanotzri melech haieudim (Yeshua de Nazaré rei dos judeus – cuja sigla coincidentemente significa iud-hei-vav-hei, YHWH!).


Sem querer me alongar só vou citar 2 trechos significativos do Brit Chadasha (Novo Testamento) como exemplo de passagens que considero mostras significativas do costume e ensinamento judaico de Yeshua:
Cap. 12:28-34 de Marcos:Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Yeshua respondeu-lhe: O primeiro de todas as mitzvot é: Ouve, Israel, o SENHOR (YHWH) nosso Elohim é o único Senhor. (Shema Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad).  Amarás, pois, ao Senhor teu Elohim de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. (Vê ahavta Et Adonai eloecha vekol levavchá vê kol nafshechá vekol meodecha)_ E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Vê ahavta lareach kamocha) Não há outro mandamento maior do que estesE o escriba lhe disse: Muito bem, Rabino, e com verdade disseste que há um só Elohim, e que não há outro além deleE que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifíciosE Yeshua, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Elohim. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
Segunda passagem em Lc 4:15-21:E ensinava nas suas sinagogas, e era reconhecido por todos. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num Shabat, segundo o seu costume (halachá), na sinagoga, e levantou-se para ler. (aliá para leitura da Haftarah – ninguém se levanta para ler o rolo da haftarah sem ser convidado). E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías (Tanach – Yeshaihu cap 61) ; e, quando abriu o rolo , achou o lugar em que estava escrito: (a leitura da Haftarah assim com a da parashá não é aleatória e sim seqüencial e organizada). O Espírito de YHWH é sobre mim, pois que me ungiu (a palavra mashiach é o ungido = do grego Cristo) para levar as boas novas aos que sofrem. Enviou-me a curar os quebrantados do coração. A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A por em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do SENHORE, fechando o rolo , e tornando-o a dar ao gabai da sinagoga, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos neleEntão começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. Ou seja o próprio Yeshua disse que a haftarah de Isaias 61 que fala características do mashiach se cumpria naquele dia Nele, porque esse texto se refere a Ele. Trocando em miúdos ele disse: Eu sou o mashiach!


Baseado em artigo de Eduardo Stein Maroniene

Fonte: www.igrejadedeusemsaopaulo.org.br - devidamente autorizado.

sábado, 8 de outubro de 2011

A Lenda da Imortalidade da Alma - Introdução ao Tema

A partir de hoje publicarei o livro do meu irmão em Cristo Lucas Banzoli, com a devida permissão do mesmo, sobre o tema da Imortalidade da Alma neste Blog. O livro é dividido em oito partes: 

1. Introdução ao Tema
2. Conceitos bíblicos acerca de corpo, alma e espírito
3. A crença da imortalidade da alma no Antigo Testamento
4. A crença na imortalidade da alma no Novo Testamento
5. O sono da morte
6. A ressurreição dos mortos
7. A doutrina do inferno e dos acontecimentos finais
8. Considerações finas


Boa Leitura!


Parte 1 - Introdução ao Tema

I – Prefácio 
“Nenhuma das minhas publicações provocou tal entusiasmo ou tão violenta hostilidade”. É assim que Oscar Cullmann, renomado teólogo suíço, definiu o seu livro ferrenhamente atacado: “Imortalidade da Alma ou Ressurreição dos mortos?”, após uma mudança de posição e consciência sobre a vida pós-morte. A ideia de imortalidade inerente está enraizada nas principais religiões do mundo, mas atualmente cresce o número de pessoas que, lendo a Bíblia, abandonam tal crença. O que leva tantos teólogos na atualidade, como Oscar Cullmann, Clark Pinnock, John Scott, Phillip Hughes, entre muitos outros, a abandonarem a visão de estado intermediário e de eternidade no lago de fogo, se nasceram aprendendo que tais crenças eram verdadeiras e apenas as “seitas heréticas” pregavam o contrário? Simplesmente, continue lendo. Você vai entender!

II–A Primeira Mentira

“Certamente não morrerás”

Não é a toa que a crença na imortalidade da alma está presente em praticamente todas as religiões pagãs. Todos sabem que existem Principados (demônios) atuando por trás dos grandes Sistemas Religiosos, que monitoram, regem, comandam e perpetuam esses enganos. Muitas mentiras foram implantadas nas raízes da Igreja ao longo dos séculos, e como a tradição foi tendo um valor doutrinário cada vez mais acentuado e muito maior do que a própria Bíblia Sagrada, estes enganos passaram a atuar nos cristãos quase como “verdades incontestáveis”.

A justificação ficou por obras, o evangelho deixou de ser “Cristocêntrico”, os que morreram passaram a ser intercessores, a ressurreição dos mortos começou a perder a sua importância, a salvação da alma poderia perfeitamente achar-se por meio da venda de Indulgências, a Santa Inquisição tratou de “dar um fim” em quem fosse contra os dogmas sagrados da tradição e o evangelho puro, simples, sincero e verdadeiro (que não estava sujeito a acréscimos – cf. Gl.1:8; Cl.1:23; Cl.2:2-5; Cl.2:8; 1Tm.6:3; 1Tm.6:21; 2Tm.4:3,4; Hb.12:9; 2Co.11:2-4) começou a se desviar do Caminho, do foco, daquilo que lhes foi originalmente pregado por Cristo e pelos apóstolos.

Ao longo dos séculos, muitos enganos e mentiras foram de maneira perspicaz sendo infiltrados na Igreja, e o evangelho estava gritantemente angustiado por uma Reforma. Como os dogmas não podiam ser contestados (eram “infalíveis” por meio do Magistério), ninguém ousava contrariar aquilo que lhes era dito. E, se alguém ousasse tanto, poderia ser queimado ou torturado, intitulado como herege e inimigo público da Santa Fé. É claro que existia um livro, que foi praticamente reprimido das mãos do povo, livro este que continha aquilo que foi originalmente anunciado, que continha o evangelho puro, sincero, da maneira como era no início.

Essas Sagradas Letras tinham que ser reprimidas, ou, doutra forma, as próprias pessoas acabariam por descobrir milhares de mentiras que foram invadindo o Cristianismo com o tempo. Isso levou o Papa Júlio III (em 1553) a convocar os três bispos mais sábios do Magistério a fim de tomarem um jeito de cuidar do problema relativo à Bíblia e de apresentarem sugestões cabíveis a fim de impedir com toda a astúcia qualquer manifestação favorável ao que nela estava escrito. Ao final de seus estudos, apresentaram ao papa um documento intitulado de “Direções Concernentes aos Métodos Adequados a Fortificar a Igreja de Roma”, cujo trecho final deste documento é o seguinte:

"Finalmente, de todos os conselhos que bem nos pareceu dar a Vossa Santidade, deixamos para o fim o mais necessário, nisto Vossa Santidade deve por toda a atenção e cuidado de permitir o menos que seja possível a leitura do Evangelho, especialmente na língua vulgar, em todos os países sob vossa jurisdição. O pouco dele que se costuma ler na Missa, deve ser o suficiente; mais do que isso não devia ser permitido a ninguém. Enquanto os homens estiverem satisfeitos com este pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperarão, mas quando eles desejarem mais, tais interesses declinarão. Em suma, aquele livro, a Bíblia, mais do que qualquer outro tem levantado contra nós estes torvelinhos e tempestades, dos quais meramente escapamos de ser totalmente destruídos. De fato, se alguém o examinar cuidadosamente, logo descobrirá o desacordo, e verá que a nossa doutrina é muitas vezes diferente da doutrina dele, e em outras é até contrária a ele; a qual se o povo souber, não deixará de clamar contra nós, e seremos objetos de escárnio e ódio geral. Portanto, é necessário tirar este livro das vistas do povo, mas com grande cuidado para não provocar tumultos. [Bolonha, 20 de outubro de 1553 - Biblioteca Imperial de Paris, Fólio B, Número 1088, Volume 2, págs 641-650]".

O próprio Magistério católico reconhecia que, de fato, muitas doutrinas mentirosas que vão contra o evangelho verdadeiro foram, ao passar dos séculos, encontrando lugar na Igreja. Uma dessas principais mentiras era que, como o catecismo católico expõe: “A Igreja ensina que toda alma espiritual é criada imediatamente por Deus - não é ‘produzida’ pelos pais - e também é imortal: não perece quando se separa do corpo por ocasião da morte” [Catechism of the Catholic Church, pág.93] 

Apesar de boa parte dos “rebeldes” serem facilmente silenciados de um ou de outro jeito (na maioria das vezes, do outro), começaram a surgir homens levantados a fim de fazer com que, ao passar dos séculos, a doutrina fosse aos poucos voltando ao foco inicial. Muitas doutrinas claramente contraditórias à Palavra de Deus foram aos poucos sendo repensadas. O próprio Martinho Lutero chegou a expressar-se de maneira contraria às teses de imortalidade da alma por algum tempo, mas infelizmente se deixou levar depois pela pressão de outros de sua época, e no final terminou não destacando essa posição.

Isso não impediu que, com o tempo, um número impressionante de mestres e teólogos respeitados e reconhecidos começassem a repensar as suas doutrinas de imortalidade da alma à luz das Sagradas Escrituras, e passaram a ver que, de fato, a doutrina da imortalidade da alma não bate com a doutrina da ressurreição e muito menos com o que as Sagradas Letras têm a nos dizer. O número de pessoas que deixam a visão dualista da natureza humana impressiona não apenas pela quantidade, mas também por estar em franco crescimento. De fato, a imortalidade da alma pode ser classificada como sendo a primeira mentira que entrou no mundo e a última a sair dele.

Muitas pessoas de bem têm sido enganadas atualmente sobre o estado dos mortos. Mas não é de hoje que isso acontece. Deus disse para o homem, como consequência do pecado: “Certamente morrerás” (cf. Gn.2:17). Mas Satanás, a serpente, retrucou: “Certamente que não morrerás” (cf. Gn.3:4). Quem estava com a razão? Deus ou Satanás? Certamente que Deus.

A própria presença da “árvore da vida” no jardim do Éden nos mostra claramente que a imortalidade era condicional à participação do fruto de tal árvore. Nós não tínhamos e nem temos uma “alma imortal”! Com a Queda da humanidade, quando o pecado entrou no mundo, a morte (que não estava prevista no plano inicial de Deus para com a Sua Criação) passou a tornar-se uma realidade. O estado do homem alterou-se, e este passou a ser um ser mortal.

A segurança de imortalidade baseava-se em partilharem da árvore da vida no Jardim, que lhes garantia exatamente a imortalidade (cf. Gn.3:22). É evidente que Deus não iria colocar tal árvore à disposição caso já tivesse implantado uma alma eterna que lhes garantisse tal imortalidade. Visto que a condição para “viver para sempre” constituía-se na participação do fruto da árvore da vida, fica muito claro que eles não detinham em si mesmos a imortalidade, supostamente na forma de um elemento eterno implantado em seu ser. Se Deus colocou no ser humano uma alma imortal, então por que razão existiria a “árvore da vida” no Jardim do Éden?

Ora, se já fôssemos imortais isso seria totalmente desnecessário! Se o homem comesse da árvore da vida, se tornaria imortal (cf. Gn.3:22). Contudo, foram expulsos do Jardim do Éden, sem terem comido da árvore da vida, e dois querubins ficaram na guarda do jardim, exatamente a fim de que não comessem da árvore da vida e vivessem eternamente (cf. Gn.3:24). Tudo isso seria totalmente desnecessário se já possuíssemos uma alma imortal. Para que guardar o homem de comer do fruto da árvore da vida e viver para sempre se ele já era imortal por meio de uma alma eterna que já lhes teria sido implantada?

O homem seria imortal caso comesse do fruto da árvore da vida, mas não comeu. Deus não fez o homem com o conhecimento do bem e do mal, mas ele comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e teve tal conhecimento. Da mesma maneira, Deus não fez o homem com uma alma imortal. A imortalidade era condicional à participação do fruto da árvore da vida, assim como o conhecimento do bem e do mal era condicional a participação daquela árvore. Mas, ao contrário do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal na qual eles comeram, eles não comeram do fruto da árvore da vida!

O resultado disso é que o homem não tornou-se um ser imortal. Ele, “morrendo, morreria” (cf. Gn.2:7). O homem era mortal pela sua natureza original, sem uma alma imortal, mas com a possibilidade de receber a imortalidade por meio da participação da árvore da vida. Isso, contudo, ele perdeu ao ser expulso do Jardim; e, portanto, perderam a possibilidade de participação na árvore da vida que lhes poderia nutrir de imortalidade. O homem perdeu a imortalidade quando foi expulso do Éden, e assim a morte veio a partir do pecado, sendo revertida na ressurreição (cf. 1Co.15:22,23). 


A Bíblia, contudo, nos apresenta que a árvore da vida (imortalidade) estará novamente presente no Paraíso, somente aos salvos, após a ressurreição dos mortos (Ap.22:2). E acontecerá que “quem tem sede, venha; e quem quiser, receba de graça a água da vida” (cf. Ap.22:17). O homem, agora sim, se tornaria imortal. A árvore da vida representava a imortalidade na comunhão com Deus, mas com o pecado fomos privados do acesso desta fonte de eternidade, que agora continua na presença de Deus, onde iremos desfrutá-la depois que formos ressuscitados (cf. Ap.22:2). A eternidade no homem era condicional, não a uma alma que lhes teria sido implantada, mas sim à obediência ao Ser Criador do Universo, como um dom de Deus. 

O homem foi privado da árvore da vida para que não se tornasse imortal como Deus, e, de fato, não comemos da árvore da vida (cf. Gn.3:22-23). Com a desobediência a Deus, a participação na árvore da vida foi cortada (cf. Gn.3:22,23), o que demonstra claramente que a imortalidade não residia numa alma imortal recém-implantada, mas sim na obediência a Deus. A desobediência foi o que ocasionaria a morte, em um contraste direto com a vida eterna residente na forma da árvore da vida. Quando entrou o pecado do mundo, juntamente com ele entrou a morte: O processo da morte teria início.

O texto original hebraico simplesmente reza que: “Morrendo, morrereis”. A Bíblia não diz que “no dia em que comerdes, certamente morrerás no mesmo dia”. Diz somente que ele morreria, mas não diz quando. A morte não estava no plano inicial de Deus para com a Sua Criação. Contudo, com o pecado reinou a morte (cf. Rm.5:21; Rm.5:12), que só será revertida na ressurreição do último dia (cf. 1Co.15:51-55; 1Co.15:22,23; Jo.6:39,40). 

No dia em que Adão comesse daquela árvore proibida ele iria morrer, ou seja, tornar-se-ia um ser mortal, que ele realmente se tornou. O processo de morte como consequência do pecado alcançaria a todos os seres humanos a partir do momento em que este pecasse contra Deus, tornando-se receptível ao processo de morte que lhes sucederia. Analisando o texto original hebraico, vemos que, realmente, a morte seria a cessação total de vida. 

O que foi dito a eles: "umê`êtshadda`ath thobh vârâ` lo' tho'khal mimmennu kiy beyom 'akhâlkhamimmennu moth tâmuth” (cf. Gn.2:17). Analisando as duas últimas palavras, vemos claramente quando é que o homem morreria: “moth tâmuth” – traduzindo: “morrendo morrereis”. Isso é omitido pela maioria das versões vernáculas porque contraria diretamente a posição de que houve apenas uma “morte espiritual” mas não uma morte física como consequência do pecado, ignorando o fato de que o hebraico diz categoricamente que tal morte seria quando o homem morresse – “morrendo, morrereis”

Passando para o bom linguajar português dos dias de hoje, o que Deus estava dizendo era que “quando vocês morressem iriam morrer mesmo”! A morte seria o fim total de qualquer existência humana, pois, como consequência do pecado, o processo de morte teria início a partir do primeiro falecimento. A verdade incontestável é que não existiria nenhum estado de vida entre a morte e a ressurreição. 

Ora, se o homem continuasse vivo em um estado intermediário após a morte corporal que todos nós passamos, então o homem não morreria – ele estaria vivo em um estado desencarnado. Essa é exatamente a mentira que a serpente pregou à Eva (cf. Gn.3:4), e que engana milhões de pessoas até hoje, invalidando toda uma consequência de morte – física e espiritual – que o homem encontraria como consequência do pecado. 

Ademais, a mentira de Satanás seria classificada como uma “verdade”, uma vez que o homem não morreria mesmo – viveria eternamente por meio de uma alma imortal que teria sido supostamente implantada no ser humano. Fica muito claro que o homem não seria inerentemente imortal, mas passaria por um estado de morte – “morrendo, morrereis” – por causa do pecado, fato esse que Satanás queria desmentir: “Certamente não morrerás” (Gn.3:4). 

O processo de morte alcançaria a todos os seres humanos, pois “o salário do pecado é a morte” e “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (cf. Rm.3:23), por isso “a alma que pecar, essa morrerá” (cf. Ez.18:4). Isso tudo nos deixa claro que a morte como consequência do pecado não alcançaria tão-somente o corpo, mas o ser integral do ser humano, corpo e alma (cf. Ez.18:4,20; Gn.2:7). 

A morte seria a cessação total de vida. Felizmente, a Palavra de Deus nos apresenta uma reviravolta neste quadro, apresentando que o processo de morte iniciado em Adão não seria perpétuo, mas seria revertido em Cristo, na Sua Vinda: “Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, as primícias; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem” (cf. 1Co.15:22,23). 

O processo de cessação de vida na morte, ocorrido com todos os seres humanos e iniciado em Adão – “em Adão todos morrem” – seria revertido no “último dia” (cf. Jo.6:39,40), quando Cristo há de vivificar os que lhe pertencem por ocasião de sua segunda vinda, porque Ele venceu a morte (cf. Hb.2:14), dando-nos também vitória sobre a morte na ressurreição (cf. 1Co.15:54). Na passagem acima citada, Paulo mostra a sua convicção de que a morte que ocorreu no Jardim não foi tão-somente uma morte espiritual, mas sim uma morte física; o homem não viveria inerentemente de jeito nenhum. 

Além de ser um bom conhecedor do original hebraico, Paulo iguala a morte como sendo física, ao colocar no mesmo contexto da ressurreição/vivificação dos mortos, um acontecimento literal, físico, material (Jo.5:28,29). Em Adão todos morrem porque ele certamente não viveria eternamente (cf. Gn.2:17; Gn.3:4), mas passaria por um estado sem-vida entre a morte e a vivificação na volta de Cristo. 

Sumariando, a imortalidade era condicionada à obediência a Deus e não a uma alma eterna supostamente em nós implantada, mas a consequência do pecado seria a morte física e a decadência espiritual dos seres humanos; sendo que a morte espiritual ocorreu logo ao pecarem, e o estado de morte física os alcançaria a partir do primeiro falecimento - “moth tâmuth” -, morte essa que só seria revertida em vida novamente na ressurreição dos mortos. 

Claro, não demorou muito para Satanás entrar em cena e deturpar essa verdade, propagando o que hoje é a base e fundamento da doutrina imortalista, retirada diretamente da boca da serpente: “Certamente não morrerás” (cf. Gn.3:4) – o homem seria inerentemente imortal! Esta foi, com toda a certeza, o primeiro sermão da imortalidade da alma, a primeira das mentiras que Satanás implantou no mundo: A crença na imortalidade da alma: “Certamente que não morrerás”. 



III–Por que a mentira?


Por que a mentira? – O motivo desta pergunta é: “Qual é o objetivo de Satanás em pregar tal mentira?”. Certamente que ele teria uma boa razão para isso, além de contradizer o ensino claro de Deus (cf. Gn.2:17). Para respondermos a esta pergunta, temos primeiramente que ter em mente que o principal objetivo de Satanás é desviar o cristão da verdade. Passar a ideia de um Deus mal. 

Eis aí a principal das armas de engano de Satanás: Desviar o caráter imutável do amor de Deus. Satanás é a serpente, aquele que engana. Quanto mais pessoas ele conseguir desviar de Deus, de preferência passando a ideia de um deus sanguinário, que tem uma ira pelos ímpios que não cessa nunca, melhor. Infelizmente, essa tática tem causado muito sucesso nas nossas igrejas. 


Muitos milhões de pessoas no mundo todo abandonam a crença em Deus por causa desta ideia, por não conseguirem admitir que Deus possa ser ao mesmo tempo bom e mal e com duas faces, que para demonstrar sua justiça Deus tenha que atormentar eternamente no fogo a alma de bilhões de pessoas, e acabam por pensar: “Ele não existe”. Muitos têm saído das fileiras do cristianismo por causa deste assunto. Isto poderia ser evitado, caso fosse feito um estudo sincero, honesto e fiel ás regras de interpretação do verso bíblico e ao contexto das Escrituras, que é o que faremos ao longo de todo este estudo.
O Dr. Samuelle Bacchiocchi elucida a questão nas seguintes palavras: “Um Deus que inflige torturas infindáveis às suas criaturas assemelha-se muito mais a Satanás do que a um Pai amoroso a nós revelado por Jesus Cristo (...) A justiça divina nunca poderia requerer para pecadores finitos a infinita penalidade da eterna dor, porque o tormento infindável não serve a qualquer propósito reformatório, precisamente porque não tem fim” [“Imortalidade ou Ressurreição?”] 


John Stott manifesta a mesma opinião, ao dizer: “Eu não minimizo a gravidade do pecado como rebelião contra Deus, nosso Criador, mas questiono se o tormento eterno consciente é compatível com a revelação bíblica da divina justiça” [“A Liberal-Evangelical Dialogue”, pág.138]. A verdade é que muitas pessoas têm deixado as fileiras do cristianismo por não poderem acreditar que Deus, em Sua Onisciência, poderia criar seres sabendo que os puniria com um tormento eterno e infindável de maneira premeditada. Seria muito mais lógico e racional (pela justiça e pelo amor de Deus) crermos que Ele puniria a cada um de acordo com aquilo que cada ser merece, e não uma pena infindável para cada ser que comete pecados finitos, tendo como consequência a queima eterna de sua alma em um verdadeiro lago de fogo. 

Se tal fato se sucedesse, poderíamos também dar margens a movimentos como a “Santa” Inquisição, por exemplo, que matou e torturou milhões na Idade Média, mas, como o próprio doutor Bacchiocchi disse, “se Deus é impiedoso ao punir pecadores com tormentos infindáveis no mundo por vir, porque não devia a Igreja agir de modo semelhante neste presente mundo, torturando e queimando os heréticos?” [“Imortalidade ou Ressurreição?”]. 

O assunto é motivo de entusiasmo para os ateus, e a grande maioria dos cristãos defensores da imortalidade da alma não conseguem conciliar o amor divino com a crueldade eterna que seria tal destino aos impenitentes. Ademais, muitos cristãos que já estão dentro da Igreja não saem, não por buscarem um comprometimento sincero e verdadeiro com Deus, mas para escaparem de um tormento eterno no inferno. O cristianismo não somente muda de sentido como também perde o foco, o amor, a justiça e a misericórdia que nos foi revelada mediante o evangelho. Na verdade, todos estes atributos – e muitos outros – fazem parte da natureza divina e nenhum deles daria margem a um tormento eterno por pecados finitos. 

A justiça e o amor de Deus andam juntos, e o que Satanás mais quer é desqualificá-los ao perpetuar a primeira e talvez a maior de todas as mentiras – a da “imortalidade da alma”. Um exame fiel e honesto das Escrituras não apenas mostra o quanto não-bíblica é essa doutrina (como veremos ao longo de todo esse estudo), como também nos faz voltar ao cristianismo puro e verdadeiro focado na ressurreição para a vida eterna que Deus nos concede pela Sua Graça. A imortalidade condicional e a “vida somente em Cristo” afirmam a realidade do inferno sem impugnar o caráter de Deus, e dá honra completa para Cristo como "a ressurreição e a vida”. 

A crença na imortalidade como base de fé – Satanás continua usando dos mais variados meios a fim de perpetuar a primeira mentira, pois isso é um forte meio de desviar as pessoas da sinceridade e pureza devidas a Cristo. Por meio da crença da sobrevivência da alma na morte, inúmeras religiões do mundo terminam utilizando-se dos mais variados meios de consulta aos mortos em desobediência à Palavra de Deus. 

Existem religiões que tem como base a doutrina da sobrevivência da alma em um estado intermediário. Caso essa doutrina esteja errada, a religião termina. O culto aos mortos no catolicismo é um bom exemplo disso, uma vez que Cristo deixou claro que “só ao Senhor teu Deus darás culto” (Mt.4:10) e que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus” (cf. 1Tm.2:5). 

Satanás usa das mais variadas maneiras para deturpar a Palavra de Deus e perpetuar a primeira mentira, da imortalidade da alma, a fim de que o que Paulo mais temia acontecesse: “Pois, assim como Eva foi enganada pelas mentiras da cobra, eu tenho medo de que a mente de vocês seja corrompida e vocês abandonem a devoção pura e sincera a Cristo” (2Co.11:3). A imortalidade da alma foi a doutrina em que Satanás encontrou uma “brecha” a fim de que o evangelho fosse sutilmente modificado por meio de homens que “introduziram secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (cf. 2Pe.2:1). 

O culto aos mortos é um bom exemplo de um meio que a serpente continua utilizando a fim de desviar o cristão do evangelho puro e sincero somente a Cristo. Quando o evangelho deixa de ser Cristocêntrico, a missão de Satanás está completa. E qual é o meio que ele usa para perpetuar tais enganos? Claro, a mesma mentira pregada à Eva no jardim: “...certamente não morrereis” (cf. Gn.3:4). O que Satanás ensina, na verdade, é bem simples. 
Ele diz que o nosso “verdadeiro eu”, a nossa “alma eterna”, não morre. De modo que, se não formos tão bons, “a reza resolve tudo”! Tal visão de imortalidade inerente que Satanás ensina é bem mais simples do que o que Deus quer que creiamos: que “a alma que pecar, essa morrerá” (cf. Ez.18:4), porque a consequência do pecado seria que, “morrendo, morrereis” (cf. Gn.2:17). No espiritismo, então, a coisa complica ainda mais: A consulta aos mortos, que Satanás usa de maneira “mascarada” no catolicismo mediante a oração que é um meio claro de comunicação, é “desmascarada” no espiritismo que abertamente declara isso. 

A Bíblia afirma categoricamente que “entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti" (cf. Dt.18:9-12). Afinal, “a favor dos vivos consultar-se-ão os mortos?” (cf. Is.8:19). Não! 

Deus sabe muito bem dessa impossibilidade de comunicação dos mortos com os vivos, e por isso o Senhor proibiu o seu povo israelita de tentar tal “comunicação”, a fim de que não fossem enganados por espíritos demoníacos (cf. Lv 19:31; 20:6; 1Sm 28:7-25; Is 8:19; 1Tm 4:1; Ap 16:14), dada a devida impossibilidade de comunicação com os que já morreram (cf. Gên.2:7; Sal.13:3; Ecl.9:5,6; Ecl.9:10; Sal.146:4; Sal.6:5; Sal.115:17; Sal. 13:3; Jó 14:11,12; Sal.30:9; Isa.38:18; Isa.28:19; Sal.94:17). Dada tal impossibilidade, quem se apresenta no “além" para se comunicar com os vivos são os espíritos dos demônios, e se aproveitando – é claro – da mentira da imortalidade da alma. 

Tudo isso poderia ser perfeitamente removido e o evangelho restaurado caso fosse realizado um exame apurado das Escrituras, analisando a um conteúdo total e não se apregoando a um texto ou outro descontextualizado fundamentando-se como regra de doutrina. Mas, como Jesus disse em Mateus 28:20 para ensinarmos tudo, também precisamos revelar às pessoas o que realmente acontece depois da morte, pois isso nos faria voltar ao evangelho Cristocêntrico tão abandonado por consequência da primeira mentira. 
Isso irá desmantelar sistemas religiosos totalmente baseados na crença em uma alma imortal. Isso faria voltarmos ao evangelho puro e sincero somente a um homem, aquele que morreu, mas ressuscitou, e por isso pode interceder por nós – Cristo: “Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles” (cf. Hebreus 7:25). 

A mais verdadeira das colocações sobre tal tema é colocada pelo professor Sikberto: “A imortalidade da alma é a base doutrinária da rebelião de Lúcifer, e o fundamento das demais mentiras. Sempre que ele entra em ação em uma situação nova, a primeira coisa que tenta fazer crer é que a alma não morre. E sabe por quê? Pelo fato de que assim é mais fácil crer nas demais mentiras dele” [“A História da Adoração”]. 

Desvantagens óbvias em crer que os mortos já estão no Céu – Embora para algumas pessoas pensar que os seus entes queridos não estejam neste exato momento no Paraíso possa ser uma dura realidade, também devemos ressaltar o fato de que, em primeiro lugar, em absolutamente nunca alguém na Bíblia é consolado com a notícia de que alguma pessoa já tenha subido aos Céus. 

Pelo contrário, é dito de maneira clara a uma multidão de mais de três mil pessoas no Pentecoste que Davi não subiu aos Céus (cf. At.2:34), algo que os apóstolos evitariam ao máximo de pronunciar diante de tão grande multidão em caso de Davi, ao contrário, já tivesse subido aos Céus. Em segundo lugar, quando o apóstolo Paulo envia consolações aos Tessalonicenses sobre os seus parentes falecidos ele foca-se inteiramente na esperança da ressurreição, e não no “fato” de que eles supostamente já estivessem no Céu ou em algum lugar de bem-aventurança (cf. 1Ts.4:13-18). 
Tal consolação focada completamente na esperança da ressurreição do último dia não seria logicamente cabível caso a ressurreição fosse somente um mero “detalhe” e as suas almas já estivessem no Paraíso. Até porque, se tal se sucedesse, bastaria que Paulo relatasse isso e pronto – já estariam consolados. O próprio fato de ele omitir completamente tal menção nos faz pensarmos que ou (1) Paulo não os consolou direto da maneira que qualquer imortalista faria; ou (2) eles realmente não estão no Céu, mas irão ressuscitar no último dia, o que explicaria devidamente o porquê de Paulo tê-los consolado somente com a esperança de alcançar superior ressurreição. 
Em terceiro lugar, ao enviar consolações à família de Onesíforo (já morto), ele novamente em nada fala que já estivesse desfrutando das bênçãos paradisíacas, pelo contrário, de novo foca-se inteiramente na esperança de alcançar a misericórdia de Deus “naquele dia”: “Conceda-lhe o Senhor que, naquele dia, encontre misericórdia da parte do Senhor!” (cf. 2Tm.1:17). 

Ademais, tal “consolação” não faria sentido em caso que Onesíforo já estivesse no Céu porque se assim fosse ele já teria alcançado a misericórdia de Deus já adentrando no Paraíso junto com os demais santos. Isso é somente lógica. Até mesmo quando Jesus Cristo foi consolar as irmãs de Lázaro, já falecido, ele em nada indica que já estivesse desfrutando da “glória”, mas, pelo contrário, ele aponta à ressurreição “no último dia” como fonte única de consolação (cf. Jo.11:17-27). 

Além disso, ressalta o aspecto inconsciente e não-consciente do ser na morte ao fazer a devida analogia de Lázaro com um estado de “sono”, uma indicação de inatividade, e não de atividade: “Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do seu sono” (cf. Jo.11:11). Ora, se Lázaro estivesse consciente na glória desfrutando das maravilhas do “estado intermediário” então a analogia correta seria com o “acordado” e não com o “dormindo”, tendo que ser “despertado” de seu “sono”. A caracterização é de inconsciência na morte e de um “despertar” na ressurreição. 

Vemos, portanto, que se ninguém em parte alguma da Bíblia enviou “consolações” baseando-se no suposto “fato” de que já estivesse no Céu, então não seria absurdo demais acreditar que, de fato, eles não estão lá, e não precederão os que dormem para entrar no Paraíso. 

O que realmente vemos é o apóstolo Paulo focando-se no momento em que realmente atingiremos a imortalidade, que é quando todos os que estão dormindo, “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta, a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (cf. 1Co.15:51-54). 

Tal imortalidade não é obtida no momento do nascimento mediante a posse de uma “alma imortal”, mas sim no momento da ressurreição dos mortos. Por fim, seria imensamente mais desfavorável imaginarmos, por exemplo, que alguma pessoa justa morra e a sua “alma imortal” parta de imediato ao Paraíso, aguardando a entrada celestial dos seus entes queridos, mas passa-se o tempo e... nada. Passa-se mais tempo e eles continuam sem aparecer por lá. 

Mais algumas gerações vão passando e, vendo que ninguém ali se achega, tem que chegar à triste conclusão de que os seus parentes morreram sem alcançar a salvação e, pior, estão sofrendo em torturas colossais em um inferno de fogo e enxofre, assim condenados por toda a eternidade. Como pode ter paz e alegria celestiais um homem sob tais condições? Felizmente, o que a Bíblia nos mostra é que nós, os vivos, de modo nenhum precederemos os que dormem – entraremos nas nossas moradas no mesmo instante deles (cf. 1Ts.4:15), quando Cristo voltar para nos levar onde ele está (cf. Jo.14:2,3). 

A motivação errada – Se para manter alguém na linha for preciso a ameaça de um inferno e demônios torturadores terríveis, então nesse contexto Jesus se torna apenas um meio utilizável para se escapar do mal. O objetivo e finalidade dessa "conversão" é fugir do inferno e não Jesus. 

Para aqueles que têm a fé edificada sobre a rocha que é Cristo, a bem-aventurança de obter superior ressurreição e uma vida eterna somente em Cristo, é motivação maior do que suficiente que o mundo jamais poderia imaginar, ainda assim continuarei cristão, pois eu não fui convertido pelo medo de um tormento eterno. 

Certa vez, enquanto eu debatia com um católico romano, ele me veio com a seguinte indagação: “Que vantagem teriam os justos diante dos maus, se ambos morrem, acabam-se e simplesmente a única vantagem é os justos gozarem a vida eterna”? Infelizmente, esse é um pensamento bastante comum entre os defensores do tormento eterno. 

Lamentavelmente, acham ser pouco e insuficiente gozar de uma vida eterna em um Paraíso junto com Deus. Só teria validade caso víssemos os “hereges” queimando eternamente, incluindo muitos parentes e até mesmo irmãos! Adoraríamos a Deus por medo e não por amor! Lamentavelmente, para muitos o Paraíso só seria uma recompensa caso houvesse pessoas queimando para todo o sempre. A vida eterna é suficiente para mim. 

Adoro a Deus não com medo de um inferno eterno, mas pelo dom da vida eterna que ele concede gratuitamente a todos aqueles que creem. Infelizmente, a doutrina da imortalidade da alma cria “cristãos” edificados sobre o medo do inferno e não sobre a graça de Deus. Disso resulta toda uma desvalorização do que é o dom da vida eterna e da imortalidade que Deus concede aos justos pela Sua Graça. 

Os livros de Mary Baxter, por exemplo, produzem "conversões" motivadas pelo medo do inferno. Nos seus livros, os “espíritos” ali mencionados detêm inclusive ossos e sangue! Pasme! Isso sem mencionar o fato de que os “espíritos” da “Divina Revelação do Inferno” descem a este lugar ainda vestidos com as suas roupas usuais! As outras “revelações” infernais vão daí para pior! 

Isso nos mostra claramente que tais “revelações” realmente não passam de mais investidas do maligno a fim de perpetuar, de todas as maneiras possíveis, a primeira mentira. O que o diabo mais quer é “revelar” para o povo aquilo que Deus não revelou na Bíblia; ainda mais quando tal revelação claramente a contraria. 

Pessoas assim vivem debaixo de um legalismo terrível e suas vidas se tornam um verdadeiro inferno. Elas são atormentadas pela insegurança da própria salvação e enxergam Deus de forma volúvel, mutável e leviano. E a fé dessas pessoas depende desse tormento pra continuarem "firmes na fé", pois se o inferno não existir mais para elas, então elas pensam que já não vale a pena viver em santidade. 

Elas vivem em santidade para que o diabo não tenha brechas e não serem lançadas no inferno. A santidade torna-se apenas um mecanismo contra o mal e não o propósito da vida cristã. Definitivamente, são inúmeras as razões pelas quais Satanás prega a doutrina da imortalidade da alma nos grandes Sistemas Religiosos, e perpetua estes enganos, com uma única finalidade, que aliás é próprio de sua própria natureza: Desviar o caráter de Deus. “Propague a mentira que afaste as pessoas deste Deus, e esvazie as fileiras da Igreja”. 


IV–Como o conceito de “alma imortal” entrou no Cristianismo

Como já vimos, a primeira vez em que a doutrina da imortalidade da alma entrou no mundo foi através da serpente, no Jardim do Éden, proferindo o que seria hoje a base da doutrina imortalista: “...certamente não morrerás” (Gn.3:4). Essa mentira foi a primeira que Satanás implantou no mundo, por inúmeros motivos, como vimos:
  1. Impugnar o caráter imutável do amor [e justiça] de Deus;
  2. é a base das demais mentiras que resultam em adoração e/ou culto às criaturas, espiritismo, paganismo, consulta aos mortos, etc;
  3. tirar do evangelho o Cristocentrismo primitivo;
  4. se a pessoa não morre, ela não tem a necessidade de um arrependimento sincero e genuíno (através de um processo de santificação), para ser separada do mundo e tornar-se propriedade exclusiva do Senhor, pois bastaria apenas ser “mais ou menos boa” e depois da morte “as rezas resolvem tudo”;
  5. faz com que o foco das pessoas seja escapar de um inferno horrivelmente atormentador e torturador ao invés do foco ser em Cristo Jesus;
  6. torna a “vida eterna” como algo desprezível, uma vez que todas as pessoas tem uma vida eterna de qualquer jeito (no Céu ou no inferno), a vida eterna não seria um dom e não seria somente em Cristo, mas existiria também uma vida eterna com o diabo;
  7. faz desprezar o verdadeiro valor da ressurreição dos mortos para a vida ou para a condenação, uma vez que os mortos já estariam no Céu ou no inferno, sendo, portanto, totalmente desnecessário e inútil tal ressurreição dos mortos;
  8. o objetivo e finalidade da “conversão” de um cristão seria escapar de um inferno eterno e não Jesus;
  9. cria cristãos edificados sobre o medo e sobre uma consciência errada com relação a Deus, ao invés de estarem edificados sobre o amor e sobre a graça do Pai; e, finalmente;
  10. tira a honra completa para Cristo como "a ressurreição e a vida”, com o objetivo de esvaziar as fileiras da Igreja a fim de trazê-las para religiões falsas edificadas sobre a crença na alma imortal para continuarem subsistindo. 
Satanás é considerado pela Bíblia o “pai da mentira” (cf. Jo.8:44), que, ao ser expulso do Céu, procurou de todas as maneiras atacar a criação de Deus, isto é, o homem, uma vez que ele não tinha forças suficientemente grandes para confrontar diretamente a Deus. O resultado disso foi a implantação de diversas mentiras, quase todas elas construídas sobre a crença de que “certamente não morrerás”, e a partir daí a crença em um estado intermediário e em um tormento eterno se tornaram realidade para boa parte dos antediluvianos e foi retomado pelas pessoas no tempo de Ninrod. 

O criador da imortalidade natural da alma é Satanás (cf. Gn.3:4), mas, depois, ele se utilizou de recursos humanos para difundir tal doutrina pelo mundo afora, na “confusão das línguas” na Torre de Babel, se disseminando pelo mundo (sendo maior o número de pessoas a crer na alma imortal do que as que criam na mortalidade natural da alma). 

Uma vez que tal ideia foi criada pelo diabo, ficou muito, muito fácil, facílimo, torná-la plenamente difundida entre as religiões pagãs que não tinham comprometimento com o Deus de Israel. Afinal, são os próprios espíritos malignos que regem e perpetuam estes enganos, e com facilidade vemos que a grande maioria das religiões pagãs da antiguidade passou a seguir também a mentira propagada pela boca da serpente no Éden. Os hebreus tinham o Deus vivo, e por isso acreditavam em uma natureza humana holista, e não dualista do ser humano (cf. Gn.1 e 2; Gn.2:7). 

Eles estavam protegidos pelo Deus de Israel de doutrinas falsas que pudessem enganar até os homens justos. Os povos pagãos, contudo, não tinham o Deus de Israel, estando completamente expostos às doutrinas dos demônios, os verdadeiros agentes por detrás dos “ídolos” (cf. 1Co.10:20). O resultado disso foi que sem a menor dificuldade praticamente todas elas adotaram a mesma mentira proferida à Eva no Jardim e passaram a crer na doutrina da imortalidade da alma, de todas as formas. 

Com o passar do tempo, a crença na sobrevivência da alma passou a se tornar realidade até mesmo entre os judeus, o povo do Deus vivo. Segundo a própria Enciclopédia Judaica, "a crença na imortalidade da alma chegou aos judeus através do contato com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão (427-347 a.C.), seu principal expoente". Claro, Deus só deixou que tal fato se concretizasse depois do Antigo Testamento ter sido concluído, pois Ele cuida de não haver doutrinas falsas em Sua Palavra. 

O fato da doutrina na alma imortal ter sido propagada entre os judeus através do sincronismo com a filosofia platônica, também atestado pela própria Enciclopédia Judaica, explica o por quê dos livros apócrifos contidos nas Bíblias dos católicos estarem repletos de informações claras sobre a “imortalidade da alma” e sobre a existência do estado intermediário, e até mesmo do “purgatório” e de oração pelos mortos, pois foram escritos depois de ter se consumado tal contato com o paganismo. 

É evidente que tal pensamento para os hebreus só tornou-se realidade a eles a partir do sincretismo religioso com as religiões pagãs, por ocasião da diáspora judaica, quando o povo hebreu esteve exposto às doutrinas helenísticas de grande influência, incluindo a forte concepção grega de imortalidade da alma impregnada por Platão na Grécia Antiga. 

Os judeus ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado intelectual judeu, Filo, que se empenhou grandemente por difundir as doutrinas gregas, que muito os empolgavam, e fundi-las com judaísmo. Historicamente, foi este filósofo judeu que tentou empreender esta síntese (união) das concepções gregas e hebraicas, resultando, inclusive, na adoção do dualismo grego entre corpo e alma. 

Quando os judeus estiveram expostos a tais pensamentos, passaram então a escrever e a acreditarem em tais superstições, contrariando o pensamento holístico bíblico de séculos anteriores (cf. Gên.2:7; Sal.13:3; Ecl.9:5,6; Ecl.9:10; Sal.146:4; Sal.6:5; Sal.115:17; Sal. 13:3; Jó 14:11,12; Sal.30:9; Isa.38:18; Isa.28:19; Sal.94:17). Na própria narração da criação humana é narrado o simplismo bíblico do homem tornar-se uma alma (cf. Gn.2:7), algo muito diferente dos contos pagãos em que os seres humanos recebiam (ou “obtinham”) uma alma eterna/imortal que lhes era infundida. 

Na Bíblia Sagrada, “espírito” significa somente “vida”, e não uma outra pessoa consciente dentro do ser humano (cf. Gên.6:17; Gên.7:21,22; Ecl.3:19,20; Gên.7:15; Sal.104:29), algo muito diferente do que criam as religiões pagãs e politeístas da época. Na diáspora judaica, influenciados pelo sincronismo pagão, o povo judeu passou a claramente declarar a posição de imortalidade da alma (cf. 2 Macabeus 12:42-46; 2 Macabeus 12:4; 2 Macabeus 15:14; 2 Macabeus 6:26; Sabedoria 3:1; Sabedoria 3:4; Sabedoria 5:1-4; Sabedoria 2:23; Sabedoria 3:2,4; Sabedoria 8:19,20; Sabedoria 9:15). 

O livro de “Sabedoria”, por exemplo, cita passagens de livros bíblicos escritos séculos depois da morte de Salomão (em 998 a.C) e faz isso da Septuaginta grega, que começou a ser traduzida por volta de 280 a.C. Por isso, o livro “Sabedoria de Salomão”, na verdade, não tem nada a ver com Salomão, que claramente negava a vida após a morte (cf. Ecl.3:19,20; Ecl.9:5; Ecl.9:6; Ecl.9:10), isso evidentemente séculos antes da diáspora judaica. Atualmente acredita-se que o escritor tenha sido um judeu de Alexandria, no Egito, por volta de meados do primeiro século a.C.

O escritor deste livro faz uso fortemente na filosofia grega, mostrando grande particular familiaridade com ela. Ele usa terminologia platônica na divulgação da doutrina da imortalidade da alma (cf. Sab. 3:1,4; 5:1-4; 2:23; 3:2,4; 8:19,20; 9:15). Outros conceitos pagãos apresentados são a pré-existência das almas humanas e o conceito de que o corpo é um impedimento ou estorvo para a alma (cf. 8:19, 20; 9:15). É óbvio que tais ensinamentos não existem em parte nenhuma da Bíblia canônica e muito menos antes da diáspora, pois tais ensinamentos estão clarissimamente relacionados ao sincronismo com o dualismo platônico. 

ANTES DA DIÁSPORA

“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol [...] Tudo quanto te vier à mão para fazer faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”(Eclesiastes 9:5, 6 e 10). 

DEPOIS DA DIÁSPORA

“As almas dos justos estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento jamais os tocará [...] pois na verdade eles estão em paz, e a esperança deles é plena imortalidade” (Sabedoria 3:1-4) 

Antes daquele momento, nada de imortalidade da alma; depois daquele momento, inúmeras menções explícitas dela. No livro anteriormente citado, lemos algumas destas “descrições”: "As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade” (cf. Sabedoria 3:1-4) 

Fica mais do que claro que tais menções explícitas de imortalidade da alma nos livros não-canônicos (ou “apócrifos”) foram feitas não pela inspiração divina, mas sim pelo sincronismo com o paganismo grego, “coincidentemente” no exato momento da diáspora judaica. Os livros canônicos mostram que o homem tornou-se uma alma (Gn.2:7), já os livros apócrifos escritos após o sincronismo pagão mostram que o homem recebeu uma alma (cf. Sab.8:19,20). 

Se a imortalidade da alma fosse a doutrina do Antigo Testamento antes da influência de ensinamentos gregos de dualismo entre corpo e alma, então o que deveríamos esperar seria justamente inúmeras e constantes menções plenamente definidas de imortalidade da alma neles (assim como vemos constantemente ensinamentos dualistas depois da diáspora). Tal fato, contudo, está muito, muito longe de ser realidade. O próprio fato dos hebreus começarem a escrever sobre a imortalidade a partir da diáspora corrobora com a História que nos mostra que houve tal sincretismo pagão. 

O Dr. Samuelle Bacchiocchi acrescenta: “Durante esse período inter-testamentário, o povo judeu esteve exposto, tanto em seu lar, na Palestina, quanto na diáspora (dispersão), à cultura e filosofias helenísticas (gregas) de grande influência. O impacto do helenismo sobre o judaísmo é evidente em muitas áreas, inclusive na adoção do dualismo grego por algumas obras literárias judaicas produzidas nessa época” [“Imortalidade ou Ressurreição?”]. Vemos, portanto, que como o resultado deste impacto foi o que resultou na difusão da doutrina da imortalidade da alma, que entrou no judaísmo não por uma ordenança divina, mas sim decorrente do puro sincronismo religioso com as religiões pagãs. 

Mas havia ainda uma linha de pensamento que corria no mundo judaico em paralelo com a visão dualista helenista. Esta outra linha de pensamento diz respeito ao judaísmo palestino que se manteve fiel aos escritos bíblicos veterotestamentários. Um dos livros que nos mostra isso é o apócrifo de 2 Baruque, que, em linguagem bem semelhante aos ensinos canônicos neotestamentários provenientes da palestina, afirma que os mortos “dormem no pó da terra” e na segunda vinda do Messias “todos os que adormeceram na esperança Dele ressuscitarão; todos os justos serão reunidos num instante e os ímpios lamentarão, pois o tempo de seu tormento é chegado” (cf. 2 Baruque cap.30). 

A linha de pensamento é fortemente semelhante ao pensamento do NT e expressa com exatidão a figura bíblica adequada para a morte: o sono (cf. Jo.11:11); o local onde estão os mortos: o pó da terra (cf. Dn.12:2); a esperança do verdadeiro cristão: a ressurreição (cf. Hb.11:35); o momento em que os justos serão todos ajuntados juntamente: na segunda vinda de Cristo (cf. 1Ts.4:15); e quando é que os ímpios finalmente serão atormentados: somente na ressurreição que lhes é chegado o momento da punição (cf. 2Pe.2:9). 

Esta linha de pensamento ainda corrente no primeiro século (2 Baruque foi escrito em fins do primeiro século d.C ou início do segundo) ainda corria entre o judaísmo palestino. Uma linha que mantém a esperança focada na ressurreição (cf. At.24:15), que prega que só Deus é possuidor natural de imortalidade (cf. 1Tm.6:16), e que o homem tem que busca-la porque não a possui naturalmente (cf. Rm.2:7). Essa é a linha de pensamento neotestamentária utilizada pelos apóstolos. O próprio Credo Apostólico (origem antiga) prega a ressurreição do corpo, sem nada dizer a respeito de imortalidade da alma. 

Foi somente a partir de meados do segundo século que os filósofos primitivos cristãos adotaram o conceito grego de imortalidade da alma, algo presumível uma vez que tal conceito era fortemente difundido nas comunidades não-cristãs. Muitas doutrinas foram corrompidas ao longo dos séculos, incluindo a concepção do dualismo grego dominante na época. 

Por este tempo a ideia da existência de uma alma imortal tomou conta do cristianismo, permanecendo até os dias de hoje, na maioria das Igrejas cristãs. Tendo como única fonte de fé as Sagradas Escrituras disponíveis em sua época, e que negavam em absoluto qualquer tipo de vida pré-ressurreição (cf. Gên.2:7; Sal.13:3; Ecl.9:5,6; Ecl.9:10; Sal.146:4; Sal.6:5; Sal.115:17; Sal. 13:3; Jó 14:11,12; Sal.30:9; Isa.38:18; Isa.28:19; Sal.94:17), os apóstolos a seguiam em não tomar parte com tal doutrina que, até esta época, estava das portas para fora da Igreja. 

O próprio fato da vida ser apenas a partir da ressurreição, fazia com que o foco da Igreja primitiva fosse total e completamente voltado ao glorioso dia da ressurreição dos mortos, assunto este que era a base de todo o Novo Testamento, sendo mencionadas algumas centenas de vezes (ex: Atos 16:6-8; Hebreus 11:35; Atos 4:2; 17:18; Atos 23:6; 24:15, que mostram que a esperança dos cristãos era na ressurreição).

Por que quase não ouvimos falar na doutrina da ressurreição entre as igrejas cristãs dos dias de hoje? Porque elas passaram a adotar a imortalidade da alma. O helenismo trouxe aos hebreus uma mescla das doutrinas gregas de imortalidade da alma com as suas próprias convicções a respeito da ressurreição dos mortos. O resultado desta mescla foi que eles não deixaram de conceber a doutrina da ressurreição, mas incluíram junto a ela uma nova ideia que com o passar dos tempos foi deixando a realidade da ressurreição cada vez mais insignificante: a imortalidade da alma. 

Na época de Cristo, imortalidade da alma e ressurreição dos mortos eram dois opostos. Os gregos acreditavam na doutrina da imortalidade (e os cristãos dos dias de hoje misturam os dois). Naquela época, contudo, uma vez que a esperança cristã era a da ressurreição, se você quisesse pregar que os mortos já tinham ido para a glória teria que pregar deste jeito: 
“Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns” (cf. 2Tm.2:18). O próprio apóstolo Paulo teve sérios problemas em Atenas por causa da crença deles na imortalidade da alma (ver Atos 17:32 no contexto histórico e textual). A verdade é que Paulo pregava a ressurreição, e, os gregos, a imortalidade incondicional da alma. O resultado disso foi a rejeição por parte deles aos ensinamentos de Paulo. 

A esperança bíblica primitiva era sempre voltada na ressurreição, e não na imortalidade da alma. A crença na alma imortal não apenas desqualifica e tira a importância da ressurreição, como também a anula como sem sentido, uma vez que todos iríamos continuar no Céu ou no inferno do mesmo jeito sem ela. Tal detrimento óbvio entre imortalidade da alma e ressurreição dos mortos é tão evidente que levou muitos grandes escritores a exporem tal discrepância, como o grande teólogo luterano Oscar Cullmann e o doutor adventista Samuelle Bacchiocchi (que colocaram tal contradição no título de seus livros). 

O primeiro é considerado até os dias de hoje um dos maiores mestres em Novo Testamente que já pisaram por esta terra, e provou que a morte na Bíblia é um inimigo a ser aniquilado, e não o libertador da alma imortal. Se a morte fosse um começo de uma nova existência, não poderia ser classificada na Bíblia de “inimiga” a ser “aniquilada” (cf. 1Co.15:26); teria de ser chamada de amiga, pois estaria nos ajudando a ir para o Céu! 

Do mesmo modo, o segundo mencionado mostra em seu livro “Immortality or Resurrection?” [“Imortalidade ou Ressurreição?”] uma lista de mais de trezentos grandes eruditos bíblicos que, lendo a Palavra de Deus, passaram a desacreditar absolutamente na doutrina da imortalidade da alma. O número cresce e continua crescendo, porque é evidente que a Bíblia não apoia em momento nenhum tal visão, e as pouquíssimas passagens bíblicas utilizadas pelos doutores favoráveis à alma imortal não são sustentadas quando passadas por um exame sério e honesto tendo como base as Escrituras de Deus. 

O autor deste livro, Lucas Banzoli, disponibilizará mais de duas centenas de provas fatais contra a doutrina dualista ao longo de toda a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos, que serão mostradas e comentadas uma a uma ao longo de todo o livro, revelando como que tal doutrina não é apenas a primeira mentira, como também a maior de todas as mentiras de todos os tempos.

Na próxima postagem: 

Conceitos bíblicos acerca de corpo, alma e espírito

Fonte: Lucas Banzoli - devidamente autorizado